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24 - Frei Manuel Cardoso

Novembro/24
aniversário da morte de
Frei Manuel Cardoso
(1566-1650)
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“Magnificat” (1ª parte)
grupo “The Tallis Scholars”
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Frei Manuel Cardoso, que nasceu na vila alentejana de Fronteira, em 1566, iniciou os seus estudos musicais aos nove anos, ingressando no Colégio dos Moços de Coro da Sé de Évora.
Teve como mestre Manuel Mendes, compositor destacado, responsável pela formação dos polifonistas mais representativos da sua geração, como é o caso de Duarte Lobo e Filipe de Magalhães.
Em 1588, ingressou na ordem dos Carmelitas, vestindo o hábito a 5 de Julho de 1589, no Convento do Carmo de Lisboa. Esta instituição, onde viria a ocupar o cargo de mestre de capela e organista, serviu de palco à sua actividade musical durante cerca de 60 anos. Entre 1618 e 1625, residiu em Vila Viçosa, no Paço dos Duques de Bragança, encontrando no jovem duque de Barcelos (futuro rei D. João IV) um patrono dedicado, que financiou a publicação de grande parte das suas obras.
Supõe-se, também, que tenha sido um dos mestres de música do futuro rei, ele próprio músico distinto e compositor de mérito. Recebeu ainda várias provas de reconhecimento do seu trabalho por parte de Filipe IV de Espanha. Frei Manuel Cardoso foi a personalidade criativa mais original da Escola de Évora. Do conjunto dos grandes polifonistas portugueses, foi o que melhor soube misturar o estilo antigo e o estilo novo, muito embora não possamos saber, com exactidão, até que ponto inovou e se aproximou do novo estilo barroco, porque a compilação das suas obras foi parcialmente destruída no célebre Terramoto de Lisboa, em 1755.
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"Frei Manuel Cardoso foi a personalidade criativa mais original da Escola de Évora e um dos maiores compositores portugueses de todos os tempos. Combinando uma sólida ciência contrapontística com uma intensa expressividade, a ele se devem algumas das obras mais significativas do nosso maneirismo musical.
Natural da vila alentejana de Fronteira, iniciou os seus estudos musicais aos nove anos, ingressando no Colégio dos Moços de Coro da Sé de Évora. Teve como mestre Manuel Mendes, compositor destacado, responsável pela formação dos polifonistas mais representativos da sua geração, como é o caso de Duarte Lobo e Filipe de Magalhães. Em 1588, ingressou na ordem dos Carmelitas, tomando o hábito a 5 de Julho de 1589, no Convento do Carmo de Lisboa. Esta instituição, onde viria a ocupar o cargo de mestre de capela e organista, serviu de palco à sua actividade musical durante cerca de 60 anos. Entre 1618 e 1625, residiu em Vila Viçosa, no Paço dos Duques de Bragança, encontrando no jovem duque de Barcelos (futuro D. João IV) um patrono dedicado, que financiou a publicação de grande parte das suas obras. Supõe-se também que Cardoso tenha sido um dos mestres de música do futuro "Restaurador". Recebeu ainda várias provas de reconhecimento do seu labor por parte de Filipe IV de Espanha, que patrocinou a edição do seu terceiro Livro de Missas e distinguiu um dos seus irmãos com a Ordem de Cristo.
Um dos compositores portugueses do século XVII com mais obras publicadas, Frei Manuel Cardoso deixou-nos cinco volumes de obras polifónicas, todos impressos em Lisboa, por Pedro Craesbeeck: os "Cantica Beatae Virginis" (1613), três livros de Missas (1625, 1636) e o "Livro de Vários Motetes" (1648). As missas de Cardoso recorrem à técnica renascentista da "paródia", ou seja são construídas a partir de material musical pré-existente. As missas do primeiro livro foram baseadas em motetes de Palestrina, as do segundo em obras indicadas pelo futuro D. João IV, enquanto o terceiro contém seis missas escritas sobre um tema da autoria do próprio Filipe IV, a quem o volume é dedicado. O "Livro de Vários Motetes" (1648) inclui as Lições da Semana Santa, porventura as obras mais comoventes do maneirismo musical português. Cardoso teria também sido autor de peças policorais, para oito, nove e doze vozes, que existiam na Biblioteca de D. João IV, mas que foram, infelizmente, destruídas pelo terramoto de 1755.
Herdeiro da mestria contrapontística do seu mestre Manuel Mendes, Cardoso foi, no entanto, mais longe, revestindo as suas obras de uma linguagem expressiva muito própria e de ousadias técnicas e estéticas, que não encontramos nos seus contemporâneos portugueses, por exemplo o uso frequente de dissonâncias não preparadas e do cromatismo e uma manipulação pouco ortodoxa do sistema modal."
Público, Suplemento Mil Folhas

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