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30 - Radu Lupu

Novembro/30

aniversário do nascimento de
Radu Lupu
(30.Nov.1945)
MÚSICA (5min39)
* Fantasia em Fá menor, D 940, para piano a 4 mãos (final)
. (Franz Schubert)
. pianistas Murray Peraya & Radu Lupu
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Radu Lupu, nascido na Roménia, começou a estudar piano aos seis anos de idade e fez a sua estreia em público aos doze anos, com a interpretação de um programa inteiramente preenchido com composições de sua autoria. Graças a uma bolsa que ganhou, em 1961 foi estudar para o Conservatório de Moscovo, onde foi aluno de Heinrich Neuhaus. Durante os sete anos no Conservatório, foi vencedor dos concursos internacionais de piano Van Cliburn, Enescu e de Leeds. Em 1989 foi galardoado com o prestigioso Prémio Abbiati, atribuído pela Associação Italiana de Críticos.

Lupu é um dos mais destacados pianistas da sua geração, sendo também reconhecido como um dos mais importantes intérpretes das obras de Beethoven, Brahms, Mozart e Schubert. Depois de vencer o Concurso Internacional de Piano de Leeds, em 1969, começou a apresentar-se regularmente como solista, como orquestra e em recitais, nos principais centros musicais e nos mais importantes festivais da Europa e dos Estados Unidos da América.
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Concerto Piano # 19 em Fá M. K.459 (3º and.) – Mozart
Deutsche Kammerphilharmonie Bremen / Maestro David Zinman
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29 - Claudio Monteverdi

Novembro/29
aniversário da morte de
Claudio Monteverdi
(1567-1643)
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MÚSICA (4min02)
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* Vespre della Beata Vergine
..(Canadian Brass)
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Monteverdi, o compositor a quem se deve a transição da música polifónica para o nascimento da ópera, no séc. XVI.
Claudio Monteverdi, que nasceu na cidade italiana de Cremona, viveu entre 1567 e 1643.
Fez estudos musicais na sua cidade natal e foi depois, entre 1590 e 1612, violinista, organista e depois maestro da corte de Mântua. Em 1613 foi nomeado regente do coro da Basílica de São Marcos em Veneza. Depois da morte de sua mulher, ordenou-se padre em 1632.
Foi contemporâneo da música polifónica (em que predominava o nome de Palestrina) e da ainda embrionária ópera florentina.
Mas o ponto de partida de Monteverdi foi o madrigal renascentista. Entre 1587 e 1638 publicou oito coleções de madrigais e deu o passo decisivo da polifonia para a monodia e o canto instrumental. A sua ópera Orfeo (1607), da qual existem reedições modernas, foi um feito pioneiro: a primeira ópera que ainda hoje pode ser ouvida com interesse mais que histórico, e a primeira obra de música com ampla participação orquestral, sobretudo de instrumentos de cordas.
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ORFEO: Vi Ricorda ò Boschi Ombrosi
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28 - Jean-Baptiste Lully

Novembro/28

aniversário do nascimento de
Jean Baptiste Lully
(1632-1687)
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MÚSICA (4min25)

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* Fanfara per il Carosello Reale
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Giovanni-Battista Lully era o nome de nascença deste italiano nascido em Florença. Da sua infância muito pouco se sabe. Foi na sua cidade natal que aprendeu a tocar violino sozinho, e aos catorze anos um nobre (cavaleiro de Guise) levou-o para França para ensinar italiano a uma sua sobrinha. Devido aos seus talentos de mimo, bailarino e violinista, entrou para a orquestra da corte de Luis XIV, onde se destacou como violinista.
Em 1671 ocupou o posto de compositor oficial do rei. Três anos depois tornou-se mestre de música da família real
O maior contributo de Lully para a História da Música residirá na criação de vários géneros musicais como a "Comédie-Ballet" (em colaboração com Moliére) a "Tragédie Liryque", e a criação de uma tradição de música instrumental expressa na criação da típica "Ouverture" (que foi sucessivamente recriada pelos compositores franceses e adoptada por Bach e Haendel), ou das "Suites" instrumentais igualmente recriadas e provenientes da tradição da dança de corte francesa e do "Ballet-de-Cour".
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27 - Fernando Lopes-Graça

Novembro/27
aniversário da morte de
Fernando Lopes-Graça
(1906-1995)

MÚSICA (3min54)
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Canções Heróicas
(* Jornada * Firmeza * Cantemos um Novo Dia)
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Dia de homenagearmos Fernando Lopes-Graça, que morreu nesta data. Faz hoje 12 anos.
Fernando Lopes-Graça, nasceu em 1906, tendo por isso merecido do Ministério da Cultura um importante programa de comemoração do seu centenário, durante o ano passado. Nasceu em Tomar, onde começou a trabalhar com apenas 14 anos, como pianista do Cine-Teatro da cidade do Nabão. Era a época da “competição” entre as rivais bandas Nabantina e Gualdim Pais. O jovem Fernando tocava Débussy no Cine-Teatro, com arranjos feitos por si próprio.
Em 1923 frequenta o Curso Superior do Consevatório Nacional, em Lisboa. Em 1927 é escolhido para a Classe de Virtuosidade do Conservatório, leccionada pelo Prof. Viana da Motta. Em 1931 termina o Curso Superior de Composição, com a classificação máxima. Tinha já passado a sua experiência universitária: abandonara a Faculdade de Letras (onde estudou História e Filosofia), em protesto contra a repressão política sobre os estudantes.
“Sombra” política do regime fascista, Lopes-Graça foi recusado como professor de piano do Conservatório. Em 1937 ganhou uma bolsa de estudo para Paris, mas foi impedido de a gozar, novamente por motivos políticos. Decidiu ir por conta própria, aproveitando para ampliar os seus conhecimentos musicais e estudar Composição e Orquestração.
Reconhecido como um dos mais notáveis compositores e musicólogos contemporâneos, Fernando Lopes-Graça foi acima de tudo um compositor patriótico. Homem de letras, colaborador permanente da Revista “Presença”, esteio da poesia em Portugal, a Música foi a sua linguagem de comunhão com o Povo do seu país. Desde as "Variações Sobre um Tema Popular Português" para Piano (a sua primeira obra) a inspiração e o culto populares foram uma constante da sua música
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Acordai
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26 - Albert Ketelbey

Novembro/26
aniversário da morte de
Albert Ketelbey
(1875-1959)

MÚSICA (6min49)
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* Num Mercado Persa
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Albert William Ketelbey, que viveu entre 1875 e 1959, foi compositor, maestro e pianista. Nasceu em Birmingham, mas a sua carreira musical começou em Worcester, onde, com apenas 11 anos interpretou uma sonata composta por si próprio, na presença de Edward Elgar, que nessa altura era professor da música naquela cidade.
Compôs e interpretou obras para diversos instrumentos e para orquestra. Para algumas delas usou os pseudónimos de Raoul Clifford e de Anton Vodorinski.
Foi director do Teatro de Vaudeville e aí escreveu parte da sua sua música vocal e instrumental. Ganhou grande popularidade com as canções que foram utilizadas como banda sonora de filmes e com a música orquestral muito utilizada como música de ambiente.
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24 - Frei Manuel Cardoso

Novembro/24
aniversário da morte de
Frei Manuel Cardoso
(1566-1650)
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“Magnificat” (1ª parte)
grupo “The Tallis Scholars”
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Frei Manuel Cardoso, que nasceu na vila alentejana de Fronteira, em 1566, iniciou os seus estudos musicais aos nove anos, ingressando no Colégio dos Moços de Coro da Sé de Évora.
Teve como mestre Manuel Mendes, compositor destacado, responsável pela formação dos polifonistas mais representativos da sua geração, como é o caso de Duarte Lobo e Filipe de Magalhães.
Em 1588, ingressou na ordem dos Carmelitas, vestindo o hábito a 5 de Julho de 1589, no Convento do Carmo de Lisboa. Esta instituição, onde viria a ocupar o cargo de mestre de capela e organista, serviu de palco à sua actividade musical durante cerca de 60 anos. Entre 1618 e 1625, residiu em Vila Viçosa, no Paço dos Duques de Bragança, encontrando no jovem duque de Barcelos (futuro rei D. João IV) um patrono dedicado, que financiou a publicação de grande parte das suas obras.
Supõe-se, também, que tenha sido um dos mestres de música do futuro rei, ele próprio músico distinto e compositor de mérito. Recebeu ainda várias provas de reconhecimento do seu trabalho por parte de Filipe IV de Espanha. Frei Manuel Cardoso foi a personalidade criativa mais original da Escola de Évora. Do conjunto dos grandes polifonistas portugueses, foi o que melhor soube misturar o estilo antigo e o estilo novo, muito embora não possamos saber, com exactidão, até que ponto inovou e se aproximou do novo estilo barroco, porque a compilação das suas obras foi parcialmente destruída no célebre Terramoto de Lisboa, em 1755.
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"Frei Manuel Cardoso foi a personalidade criativa mais original da Escola de Évora e um dos maiores compositores portugueses de todos os tempos. Combinando uma sólida ciência contrapontística com uma intensa expressividade, a ele se devem algumas das obras mais significativas do nosso maneirismo musical.
Natural da vila alentejana de Fronteira, iniciou os seus estudos musicais aos nove anos, ingressando no Colégio dos Moços de Coro da Sé de Évora. Teve como mestre Manuel Mendes, compositor destacado, responsável pela formação dos polifonistas mais representativos da sua geração, como é o caso de Duarte Lobo e Filipe de Magalhães. Em 1588, ingressou na ordem dos Carmelitas, tomando o hábito a 5 de Julho de 1589, no Convento do Carmo de Lisboa. Esta instituição, onde viria a ocupar o cargo de mestre de capela e organista, serviu de palco à sua actividade musical durante cerca de 60 anos. Entre 1618 e 1625, residiu em Vila Viçosa, no Paço dos Duques de Bragança, encontrando no jovem duque de Barcelos (futuro D. João IV) um patrono dedicado, que financiou a publicação de grande parte das suas obras. Supõe-se também que Cardoso tenha sido um dos mestres de música do futuro "Restaurador". Recebeu ainda várias provas de reconhecimento do seu labor por parte de Filipe IV de Espanha, que patrocinou a edição do seu terceiro Livro de Missas e distinguiu um dos seus irmãos com a Ordem de Cristo.
Um dos compositores portugueses do século XVII com mais obras publicadas, Frei Manuel Cardoso deixou-nos cinco volumes de obras polifónicas, todos impressos em Lisboa, por Pedro Craesbeeck: os "Cantica Beatae Virginis" (1613), três livros de Missas (1625, 1636) e o "Livro de Vários Motetes" (1648). As missas de Cardoso recorrem à técnica renascentista da "paródia", ou seja são construídas a partir de material musical pré-existente. As missas do primeiro livro foram baseadas em motetes de Palestrina, as do segundo em obras indicadas pelo futuro D. João IV, enquanto o terceiro contém seis missas escritas sobre um tema da autoria do próprio Filipe IV, a quem o volume é dedicado. O "Livro de Vários Motetes" (1648) inclui as Lições da Semana Santa, porventura as obras mais comoventes do maneirismo musical português. Cardoso teria também sido autor de peças policorais, para oito, nove e doze vozes, que existiam na Biblioteca de D. João IV, mas que foram, infelizmente, destruídas pelo terramoto de 1755.
Herdeiro da mestria contrapontística do seu mestre Manuel Mendes, Cardoso foi, no entanto, mais longe, revestindo as suas obras de uma linguagem expressiva muito própria e de ousadias técnicas e estéticas, que não encontramos nos seus contemporâneos portugueses, por exemplo o uso frequente de dissonâncias não preparadas e do cromatismo e uma manipulação pouco ortodoxa do sistema modal."
Público, Suplemento Mil Folhas

21 - Francisco Tárrega

Novembro/21

aniversário do nascimento de
Francisco Tárrega
(1852-1909)
MÚSICA (5min04)


“Capricho Árabe”, esta peça aqui interpretada por outro grande nome da guitarra espanhola, Andres Segovia, é uma das 78 obras compostas por Francisco Tarrega para guitarra.
Durante a sua juventude, poucos acreditariam que fosse possível levar tão longe a música para guitarra. Talvez apenas o seu professor de piano no Conservatório de Madrid, que ao ouvi-lo num concerto lhe disse: “A guitarra precisa de ti. Tu nasceste para ela!”
Apesar de na sua época os guitarristas apenas comporem música para o próprio instrumento, Tarrega dedicou-se também à transcrição para a gitarra de obras compostas para outros instrumentos. Transcreveu trabalhos de Schumann, Chopin, Beethoven, Bach e outros. Albéniz chegou a declarar que preferia as versões para guitarra de Tárrega às suas próprias versões originais para piano. E a par das transcrições, variações como “Fantasia sobre temas de La Traviata”.
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Francisco Tárrega nasceu em Villareal a 21 de Novembro de 1852 e viveu até 1909.
Viveu em pleno alto romantismo, quando a guitarra era menorizada na comparação com o piano e a música de ópera. Essa dificuldade e as várias infelicidades que o atingiram enquanto criança e jovem talvez não augurassem a importância que veio a ter como guitarrista e como compositor.
Quando criança, perdeu parcialmente a visão – e foi com o receio da cegueira total que o pai quis que ele aprendesse música, como meio de vir a ganhar a vida no caso de uma fatalidade maior.
Curiosamente, foram dois músicos cegos que o iniciaram na música. Depois dos primeiros passos com um guitarrista popular, “El Ciego de la Marina”, foi enviado para Madrid, onde aprendeu piano com um professor cego. Foi talvez por efeito dessa formação irregular que Tarrega procurou as suas próprias formas de expressão. E foi graças a isso que revolucionou a composição da guitarra e a própria técnica de execução do instrumento. Deu maior importância à utilização do dedo anelar e criou o método de tocar as cordas sem a utilização da unha, preferindo a parte macia do dedo.
A música para guitarra clássica (ou viola dedilhada) mudou radicalmente. O instrumento ganhou uma projecção que não tinha. E muito mais adeptos, mesmo na fronteira com a música popular.
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Tárrega tocado por Narciso Yepes (“Recuerdos de la Alhambra”)
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21 - HenryPurcell

Novembro/21

aniversário da morte de
Henry Purcell
(1659-1695)

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“The Cold Song”, da semi-ópera “Rei Artur” - contratenor Klaus Nomi
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Henry Purcell nasceu, segundo se pensa, no dia 10 de Setembro de 1659 e viveu até 1695. Londres foi a cidade em que nasceu e morreu este compositor e autor de obras didáticas, que na sua época foi e ainda hoje é famoso pelas suas Lições para Cravo.
Como compositor, deixou um grande número de odes, hinos, composições religiosas, sonatas e fantasias para viola de arco
Purcell ficou acima de tudo célebre pelas suas composições para ópera – casos de “Dido e Eneias” e “A Tempestade”. E mais conhecidas são as suas semi-óperas, a que dedicou muito do seu tempo, criando obras que, assemelhando-se ás "comédie-ballet", são mais expressivas e inventivas. Destas semi-óperas, o melhor encontra-se certamente em "King Arthur" (Rei Artur), a obra-prima do género.
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20 - Anton Rubinstein

Novembro/20
aniversário da morte de
Anton Rubinstein
(1829-1894)
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MÚSICA (4min17)
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* Melodia em Fá Maior, Op.3
.. - pianista Shura Cherkassky
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20 de Novembro. É dia de recordarmos um homem de talento raro, um genial trabalhador da música: Anton Rubinstein. Faleceu faz hoje anos.
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Anton Grigorevich Rubinstein, que viveu entre 1829 e 1894, foi pianista, compositor e maestro. No piano, foi visto como um rival de Liszt, graças ao seu extraordinário virtuosismo. O seu enorme talento não agradava a todos, como quase sempre sucede. Mas têm reconhecimento unânime a sua obra musical e o trabalho que desenvolveu em prol da música – com particular destaque para o facto de ter sido ele quem fundou o Conservatório de São Petersburgo, tal como foi seu irmão, Nikolai Rubunstein, o fundador do Conservatório de Moscovo.
Nascido na República da Moldavia, de pais judeus, Anton Rubinstein cresceu numa família em que se falava judaico, russo e alemão e em que muitos dos membros judeus se converteram ao cristianismo russo. Por isso, quando os músicos da escola nacionalista criticaram asperamente a sua música, escreveu um dia este desabafo: “Os Russos chamam-me alemão, os alemães chamam-me russo, os judeus chamam-me cristão e os cristãos judeu. Os pianistas chamam-me compositor e os compositores chamam-me pianista. Os clássicos vêem-me como futurista e os futuristas chamam-me reaccionário. Concluo que não sou carne nem peixe – um desgraçado indivíduo.”
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19 - Ippolitov-Ivanov

Novembro/19
aniversário do nascimento de
Mikhayl Ippolitov-Ivanov
(1859-1935)
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"Procissão do Sardar", da Suite nº 1, op. 10 "Esboços Caucasianos"
Ippolitov-Ivanov
Orquestra de Filadélfia / maestro Eugene Ormandy
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Mikhail Mikhailovich Ippolitov-Ivanov nasceu a 19 de Novembro de 1859, em Gatchina, perto de S. Petersburg, onde o pai era mecânico no Palácio. Estudou música em casa e fazia parte do coro da catedral de Santo Isaac, onde teve alguma formação musical, antes de entrar para o Conservatório de S. Petersburgo, em 1875. Em 1882 completou os estudos de composição como aluno de Rimsky-Korsakov, cuja influência é notável nas suas composições.
O primeiro cargo de Ippolitov-Ivanov foi o de director da Academia de Música e maestro da Orquestra de Tbilisi, a principal cidade da Georgia, onde permaneceu durante sete anos.
Em 1893 assumiu o cargo de professor do Conservatório de Moscovo, do qual foi director entre 1905 e 1924.
Foi maestro do Teatro de Bolshoi, em 1925 e prestou um grande contributo à radiodifusão e ao jornalismo musical.
Faleceu em Moscovo, no dia 28 de Janeiro de 1935.

A produção de Ippolitov-Ivanov inclui óperas, música orquestral, música de câmara e um grande número de canções. Nas suas composições transparece o interesse pela música dos vários grupos étnicos que fazem parte do império russo. A maioria das suas obras é pouco ouvida e divulgada – mas é bem conhecida a suite orquestral “Esboços Caucasianos”.

19 - Schubert

Novembro/19

aniversário da morte de
Franz Schubert
(1797-1828)
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MÚSICA (3min58)

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* Sinfonia # 2, D.125
. (3º andamento, Menuetto-Allegro Vivace)
- Orquestra Filarmónica de Berlim
- maestro Daniel Barenboim

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Num dia 19 de Novembro, como hoje, morreu um dos maiores génios da História da Música. Corria o ano de 1828.
Às 3 horas da tarde desse dia 19 de Novembro morreu em Viena o cidadão Franz Schubert, de 31 anos de idade, acometido de sífilis e tifo.
Parecia ter morrido um qualquer vagabundo, desprezado por quase todos, boémio miserável que nunca tivera para tocar senão um piano alugado com o dinheiro que um amigo rico lhe emprestava
Ao fazerem o despejo da casa em que habitava, fizeram um inventário de uns míseros 63 florins – dos quais 53 foram contados como "roupas domésticas e pessoais" e 10 –apenas 10 florins – como “músicas".
Só 42 anos depois foi tocada uma dessas “músicas”. Chamaram-na e é hoje conhecida como “A Grande”. Tal como tantas das suas obras geniais, que lhe tinham sido compradas por preços irrisórios e ao longo de quase três séculos já deram a ganhar milhões aos seus editores.
Graças a essas sinfonias, como a um imenso número de outras obras, foi a História que veio a mostrar que Franz Schubert foi um dos maiores génios da música. Tinha um estilo muito pessoal, a meio caminho entre a severidade clássica e a sensibilidade romântica.
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Schubert: 5 Trutas, ou um jogo com 5 ases
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17 - Álvaro Cassuto

Novembro/17
aniversário do nascimento de
Álvaro Cassuto
(1938)
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2º Andamento - Minuetto da Sinfonia nº 1, op. 11
João Domingos Bomtempo
Orquestra do Algarve / maestro Álvaro Cassuto.
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Álvaro Leon Cassuto nasceu no Porto, no dia 17 de Novembro de 1938, filho de pais alemães que tinham fugido da Alemanha Nazi.
A escolha de Portugal foi uma opção clara, porque na tradição familiar a herança portuguesa era muito importante. Os antepassados judeus de Álvaro Cassuto fugiram de Portugal, primeiro para a Holanda, depois para a Alemanha, por não terem querido converter-se ao catolicismo. Na tradição escrita e oral desta família sefardita o português esteve sempre presente.
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Estudou direcção de orquestra com os mestres Pedro Freitas Branco e Herbert von Karajan. Obteve o diploma de Kapellmeister em Viena, em 1965, um ano depois de se licenciar em Direito pela Universidade de Lisboa.
Em 1968 partiu para os Estados Unidos, mais precisamente para Nova York.
Foi convidado pelo lendário Maestro Leopold Stokowski para ser maestro assistente da American Symphony Orchestra e após a sua estreia no Avery Fischer Hall, em 1969, o maestro Erich Leinsdorf, titular da Orquestra Sinfónica de Boston, atribuiu-lhe o Prémio Koussevitzky, o mais importante galardão americano para jovens maestros, o que determinou a sua carreira norte-americana.
Regressou definitivamente a Portugal em 1986. Entre 1970 e 1992 dirigiu a Orquestra Sinfónica da RDP.
A sua gravação da Quarta Sinfonia de Joly Braga Santos mereceu-lhe o “Prix International du disque”, em 2004.

16 - Paul Hindemith

Novembro/16

aniversário do nascimento de
Paul Hindemith
(1895-1963)
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MÚSICA (3min18)

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* Sonata para Saxofone e Piano
(2º andamento, Lebhaft)
- saxofonista Arno Bornkamp
- pianista Ivo Janssen

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Paul Hindemith nasceu em Hanau, na Alemanha, em 1895 e viveu até 1963.
Em criança estudou viola e esse foi o seu instrumento de sempre. Mas foi como compositor e professor de música que se tornou célebre. Na década de 1930 trabalhou com vários compositores vanguardistas, incluindo Anton Webern e Arnold Schonberg e foi muito solicitado para digressões nos E.U.A..
A sua música de vanguarda não agradou ao regime nazi, que a rotulou de “degenerada”. Em 1940 emigrou para os E.U.A. e dedicou-se ao ensino universitário. Já como cidadão norte-americano viria a regressar à Europa, estabelecendo-se em Zurique e leccionando na universidade local. Passou então a dedicar-se mais à direcção de orquestra.
Deixou uma extensa obra, em que se contam composições para orquestra sinfónica e de câmara, e música coral e para instrumentos. O estilo, que começou por ter traços de um romantismo tardio, passou depois pelo expressionismo e traduz-se numa linha de composição complexa e original.
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Glenn Gould toca Paul Hindemith (Sonata para Piano nº3 - Fuga)
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15 - Gluck

Novembro/15
aniversário da morte de
Cristoph Willibald Gluck
(1714-1787)
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MÚSICA (5min44)
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aria "Che Puro Ciel", da ópera Orfeu e Eurídice
Meio Soprano Janet Baker
English Chamber Orchestra
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Cristoph Willibald Gluck nasceu em Erasbach, no Alto Palatinado (Alemanha), e viveu entre 1714 e 1787.
De uma família humilde originária da Boémia, estudou música e filosofia em Praga, no tempo em que a arte barroca tinha atingido todo o seu esplendor. Mas as suas obras nascem já sob a atmosfera do período clássico.
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Gluck é considerado um dos mais importantes compositores da ópera do classicismo. A sua mais célebre e porventura a mais importante obra é “Orfeu e Eurídice”. O tema mitológico dos amores de Orfeu, filho da musa Calíope, é tratado de forma inovadora, rompendo com as regras que os “inventores” da ópera tinham como sagradas.
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"Che Puro Ciel" – Jochen Kowalski, Covent Garden 1991
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14 - Falla e Copland

Novembro/14
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Manuel de Falla
Aaron Copland
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A data de 14 de Novembro evoca dois compositores que tiveram influência marcante na cultura dos seus países – dois grandes nomes da Música do séc. XX: Aaron Copland, nascido a 14.Nov.1900 e Manuel de Falla, falecido a 14.Nov.1946.
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aniversário da morte de
Manuel de Falla
(1876-1946)
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MÚSICA (2min53)

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Manuel de Falla y Matheu nasceu em Cádis e viveu entre 1876 e 1946.
Foi o primeiro compositor espanhol a criar uma autêntica música culta partindo de elementos folclóricos e ligando-os às formas instrumentais mais refinadas. A sua grande inspiração foi o flamenco, em particular o cante jondo andaluz. A sua obra-prima, “O Amor Bruxo” (com o subtítulo ‘Cenas Ciganas da Andaluzia’) é uma ilustrativa demonstração desse seu interesse pela música de raiz popular.
Viria a deixar Espanha em 1936, quando eclodiu a Guerra Civil – não porque a sua atitude de neutralidade lhe causasse inquietação, mas principalmente depois de ver assassinado o escritor Frederico Garcia Lorca, de quem era amigo. Passou o resto da vida na Argentina e só após a morte os seus restos mortais foram trasladados para Cádis, em cuja catedral lhe foi destinado um túmulo.
A primeira grande obra de Manuel de Falla foi a ópera em um acto “La Vida Breve”. A par dela e de algumas zarzuelas que marcam o início da sua carreira, compôs música sinfónica e de câmara e música coral. Depois das célebres obras “O Amor Bruxo” e “O Chapéu de Três Bicos”, escreveu ainda aquela que ficou a ser a sua maior experiência na composição para piano e orquestra: “As Noites dos Jardins de Espanha”.
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aniversário do nascimento de
Aaron Copland
(1900-1990)
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MÚSICA (2min33)

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No mesmo ano em que Manuel de Falla deixava Espanha por causa da Guerra Civil, um outro compositor estava a contas com o seu patriotismo, no outro lado do mundo: Aaron Copland, americano filho de emigrantes do leste europeu, cometeu “pecado” anti-americano de apoiar o Partido Comunista na eleição presidencial de 1936 – e isso havia de custar-lhe muito caro.
Copland, que nasceu em 1900 e veio a morrer em 1990, passou mais de metade da sua vida a ter de demonstrar a sua inocência política ao FBI e ao Congresso Americano. Como por ironia, foi o primeiro compositor a dedicar-se à música de raiz popular americana e a criar um estilo genuinamente americano. Tornou-se num dos mais importantes compositores do séc. XX.
Admirador de Stravinsky, que era em muitas facetas o seu modelo, Copland foi um homem diferente, e não só pela sua opção homossexual: a sua longa e produtiva vida evidenciou as suas qualidades de compositor, mas também de maestro, pianista, professor, promotor de concertos e generoso apoiante de outros músicos – como foi o caso do seu protegido Leonard Bernstein, o maestro que melhor o interpretou.
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14 - Narciso Yepes

Novembro/14
aniversário do nascimento de
Narciso Yepes
(1927-1997)
MÚSICA (4min34)
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* Dança Espanhola nº 5, Andaluzia
. (Enrique Granados)
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Narciso Yepes, um dos ícones da guitarra clássica do séc. XX, nasceu faz hoje anos. Nasceu em Lorca e viria a morrer em Murcia, em 1997.
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Recebeu do pai a sua primeira guitarra aos 4 anos. Aos 20 (em 1947) fez a sua estreia oficial em Madrid, interpretando o Concerto de Aranjuez, de Joaquin Rodrigo. Com essa mesma obra viria, em 1964, a utilizar pela primeira vez a guitarra de 10 cordas que ele próprio criou, para interpretar mais fielmente a grande música do período barroco.
Nunca mais deixou a sua guitarra de 10 cordas. Com ela tocou com as mais famosas orquestras do mundo, numa média de 130 recitais por ano. E com ela se tornou num dos grandes músicos do século, para além de importante investigador e redescobridor de inúmeras obras para guitarra dos séculos XVI e XVII.
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Pelo seu enorme contributo para a Música, Narciso Yepes recebeu das mãos do rei Juan Carlos a Medalha de Ouro de Distinção das Artes. Foi-lhe também atribuído o Prémio Nacional da Música, para além de ter sido nomeado Membro da Academia de Afonso X, Doutor Honoris Causa pela Universidade de Múrcia e eleito por unanimidade para a Academia Real das Belas Artes de Espanha.
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Narciso Yepes tocando Francisco Tarrega (“Recuerdos de la Alhambra”)
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13 - Gioachino Rossini

Novembro/13

aniversário da morte de
Gioachino Rossini
(1792-1868)
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MÚSICA (5min14)

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* aria 'Dunque Io Son' da ópera "O Barbeiro de Sevilha"
. intérpretes: Maria Callas e Tito Gobbi

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Rossini recebeu as suas primeiras lições musicais do pai, que tocava trompa e trompete na orquestra local. Aprendeu piano rapidamente, e em 1806 entrou para o Conservatório Musical de Bolonha, onde foi aluno do padre Stanislao Mattei. Mas parece que a aridez do contraponto não cativava o jovem Rossini, que sentia jorrar de dentro de si um turbilhão de ideias musicais e ansiava por lhes dar vazão. Em 1810 abandona o conservatório e segue para Veneza, onde é feita a estreia de sua primeira ópera, La Cambiale di Matrimonio.

Com um estilo e uma sonoridade que fazem lembrar o seu admirado Mozart, Rossini fez sucesso na Itália e fora dela. O próprio Beethoven se declarou admirador dele, augurando-lhe o reconhecimento que o mundo da Música já lhe tributava em vida e que ainda hoje lhe é devido.
Mas Rossini tinha já óperas que ficaram na História como predilectas do grande público. Casos de O Barbeiro de Sevilha, Semiramide, La Gazza Ladra ou La Cenerentola. Ficou e continua célebre por todas estas óperas cómicas – e em especial pelas suas aberturas.
Morreu em Paris, em Novembro de 1868 – e a última grande obra que fez não foi musical: Deixou toda a sua fortuna ao governo francês, com o objectivo de ser criada uma residência de condigno apoio a músicos na reforma.

Em Dezembro de 1815, o proprietário e empresário do Teatro da Torre Argentina, em Roma, o Duque Francisco Sforza-Cesarini, pedira ao compositor que escrevesse duas óperas para a temporada do carnaval daquele ano de 1816. A primeira dessas duas óperas foi “Trovaldo e Doliska”; a segunda, “O Barbeiro de Sevilha”, com libreto de Cesare Sterbini.
Rossini compôs“O Barbeiro de Sevilha” em menos de 15 dias, quando tinha apenas 24 anos de idade. Muito embora a sua primeira apresentação tenha sido um retumbante fracasso, veio a tornar-se no maior sucesso da carreira do autor lírico.
A acção decorre em Sevilha, no século XVIII, e conta a história do velho Doutor Bartolo, empenhado em casar a sua pupila Rosina. No entanto, Rosina está apaixonada pelo jovem Conde Almaviva que, com a cumplicidade do barbeiro Figaro, surge disfarçado de soldado bêbado, pedindo guarida em casa de Bartolo...
A par da elegância e da ligeireza da orquestração, o realismo com que representa a sociedade aristocrática, a linguagem irónica que autoriza todas as insolências, a simplicidade de estilo, e ainda a jovialidade desta comédia divertida e cheia de espirito são, sem dúvida, os segredos do êxito desta obra prima da ópera bufa italiana.
A estreia ocorreu no Teatro Argentina, em Roma, em 20 de fevereiro de 1816.
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"Dunque io son" (Il Barbiere di Siviglia) - Cecilia Bartoli & Gino Quilico
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12 - Aleksander Borodin

Novembro/12

aniversário do nascimento de
Aleksander Borodin
(1833-1887)
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MÚSICA (11min26)

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* Danças Polovtsianas, da suite “O Príncipe Igor”
. (Introdução e Allegro)

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12 de Novembro. Um bom dia para lembrarmos Aleksander Borodin, que nasceu nesta data. No ano de 1833.
Tal como outros seus colegas, Borodin não foi propriamente um músico profissional. Foi professor e destacado químico, em resultado de uma educação direccionada para as ciências desde a infância (era filho ilegítimo do Príncipe Luka Gedianov e foi perfilhado por um servo daquele nobre, Porfiri Borodin.
Nunca abandonou a química e a docência, mas a amizade que travou com Balakirev e Rimsky-Korsakov entusiasmou-o a dedicar-se à composição e a fazer parte do célebre “grupo dos Cinco”, os mais destacados compositores da música nacionalista russa. Uma vocação que vinha desde que, aos nove anos de idade, compusera o seu primeiro dueto para piano.
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Coreografia de Mikhail Fokine – Ópera e Ballet de Kirov – maestro Valery Gergiev
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11- Ernest Ansermet

Novembro/11

aniversário do nascimento de
Ernest Ansermet
(1883-1969)
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excerto de "Fête Polonaise" da ópera "Le Roi Malgré Lui"
Orquestra de La Suisse Romande / maestro Ernest Ansermet

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Ernest Alexandre Ansermet nasceu em Vevey, na Suíça, a 11 de Novembro de 1883.
Inicialmente foi professor de matemática na Universidade de Lausanne.
Começou na direcção de orquestra em 1912, no casino de Montreux, e entre 1915 e 1923 foi maestro nos Ballets Russes de Diaghilev.
Viajando pela França, encontrou-se com Debussy e Ravel, e pedia-lhes conselhos sobre a interpretação das suas obras. Durante a primeira guerra mundial encontrou-se com Stravinsky, que estava exilado na Suíça, e a partir deste encontro começou a associação de Ansermet com a música russa.
Em 1918, fundou a sua própria orquestra, a Orquestra de la Suisse Romande. Fez várias tournées pela Europa e pela América e ficou famoso pelas suas precisas interpretações da música moderna, fazendo primeiras gravações de obras como o Capriccio de Stravinsky, tendo o compositor como solista.
Ansermet nunca concordou com o hábito de Stravinsky fazer revisões às suas obras e por isso tocou sempre as versões originais deste compositor. Era um homem enérgico, que defendia as suas opiniões com veemência. Ficou conhecido na Grã-Bretanha pelas suas discussões nos ensaios com as orquestras inglesas, cujos músicos estavam habituados ao estilo mais jovial de Sir Thomas Beecham ou à maneira mais introvertida de Sir Adrian Boult. A sua última gravação – O Pássaro de Fogo, de Stravinsky – foi feita em Londres, com a Orquestra Nova Filarmonia e incluiu a gravação dos ensaios, em memória do maestro.
Faleceu em Génova no dia 20 de Fevereiro de 1969.

10 - François Couperin

Novembro/10

aniversário do nascimento de
François Couperin
(1668-1733)
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Concertos Reais, nº 4 Forlane Rondeau
"Le Parlement de Musique
"
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François Couperin nasceu a 10 de Novembro de 1668, em Paris. Era conhecido como Couperin le Grand (Couperin o Grande) para o diferenciar de outros membros da talentosa família Couperin.
Foi ensinado pelo pai, Charles Couperin, que morreu quando François tinha 10 anos.
Em 1685 tornou-se organista da igreja de Saint-Gervais, em Paris, uma colocação que herdou do pai e que, mais tarde, passaria para o seu primo, Nicolas Couperin. Mais tarde, outros membros da família ocupariam a mesma função.
Em 1663, sucedeu ao seu professor, Jacques Thomelin, como organista da Chapelle Royale com o título de organiste du Roi, organista indicado pelo Rei, o Rei Sol, Luís XIV. Em 1717, tornou-se organista e compositor da corte, com o título ordinaire de la musique de la chambre du Roi. Com os seus colegas, todos os domingos Couperin dava um concerto.
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O seu livro mais famoso, A Arte de Tocar o Cravo, publicado em 1716, continha sugestões para dedilhado, toque, ornamentação e outros aspectos da técnica para teclado.
Teve uma grande influência em Johann Sebastian Bach. Bach adoptou para tocar o cravo o sistema de dedilhado, inclusive o uso do polegar, criado por Couperin. Os quatro volumes de música para cravo composta por Couperin contêm mais de 230 obras. Estas obras eram bastante apreciadas por Bach e, muito depois, por Richard Strauss e Maurice Ravel, que o homenageou com Le Tombeau de Couperin.
Morreu em Paris, no dia 11 de Setembro de 1733.

9 - Ivan Moravec

Novembro/9

aniversário do nascimento de
Ivan Moravec
(9.Nov.1930)
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MÚSICA (5min02)


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* Concerto para Piano, Op. 54, de Robert Schumann
. (excerto do 3º andamento, Allegro vivace)
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A 9 de Novembro de 1930 nasceu, na cidade de Praga, Ivan Moravec.
O primeiro interesse do jovem Ivan pela música centrou-se na ópera, a que assistia com o pai, que era pianista e cantor amador. Só aos 20 anos entrou no Conservatório de Praga para estudar piano. Poucos anos depois, ainda na década de 1950, já era uma referência do piano no seu país.
Em 1957, Moravec deu na sua adorada cidade de Praga um concerto que deu um novo realce à sua carreira e ao seu nome internacional. A ouvi-lo estava o grande Arturo Benedetti Michelangeli, que no final do concerto o convidou para participar nas suas master classes nesse Verão. Nelas Moravec aprendeu e evoluiu tanto que durante o testo da vida disse que depois de ter tocado ao lado de Michelangeli apetecia-lhe nunca mais voltar a sentar-se ao piano.
Moravec fez uma intensa carreira de pianista durante os últimos cinquenta anos. Tocou por todo o mundo todos os grandes compositores– e tocou sobretudo, para além dos compositores checos, os maiores mestres da música de piano: Chopin, Debussy, Beethoven, Mozart… Mas do tempo em que partilhou a música com Michelangeli ficou-lhe uma predilecção muito especial por Schumann.
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Ivan Moravec tocando Chopin
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8 - Cesar Franck

Novembro/8

aniversário da morte de
Cesar Franck
(1822-1890)
MÚSICA (6min37)


* Sonata para Violino e Piano em Lá Maior
. violinista David Oistrakh

. pianista Sviatoslav Richter
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A 8 de Novembro de 1890 morreu Cesar Franck.
Nascido em Liège no ano de 1822, Cesar Franck não pôde cumprir o desejo que o pai tinha de fazer dele um pianista virtuoso logo em criança, porque em Paris o Conservatório rejeitou-o por ser belga. Impedido de aprofundar os seus dotes de instrumentista, dedicou-se intensamente a compor. Em 1846 (tinha então 24 anos) decidiu ganhar a vida como professor e organista. Brilhou como organista e foi adorado como professor.
Homem de carácter afectuoso (os alunos chamavam-lhe “Pater Seraphicus”) exerceu forte influência nos talentos que desenvolveu nas suas classes do Conservatório, embora permanecendo como compositor outsider numa Paris obcecada pela ópera. Ainda assim, deixou na História da Grande Música excelentes obras sinfónicas, música de câmara, sacra, para órgão e para piano.
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“Panis Angelicus” (Cesar Franck) / Pavarotti & Sting
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7 - Joan Sutherland

Novembro/7

aniversário do nascimento de
Joan Sutherland
(7.Nov.1926)
MÚSICA (6min05)

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Flower Duet, da ópera 'Lakme'
Leo Deslibes
Joan Sutherland – Jane Berbie

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Aqui há uns anos, uma jovem australiana que tinha então 25 anos foi convidada para cantar Lucia di Lammermoor no Covent Garden, numa produção regida pelo maestro Tullio Serafin e encenada por Franco Zeffirelli. Assistiram aos ensaios dois “monstros sagrados” da ópera, as sopranos Maria Callas e Elisabeth Schwarzkopf. A jovem australiana era Joan Sutherland. Ao ouvi-la, Maria Callas disse que estava impressionada com os dotes inigualáveis da jovem cantora. Por sua vez, Elisabeth Schwarzkopf, que era casada com o director da poderosa editora EMI, convenceu imediatamente o marido a fazer uma gravação da nova diva do bel canto.
Joan Sutherland faz hoje 81 anos. Nasceu em Sydney, filha de uma mezzo-soprano aposentada, com quem aprendeu a ouvir música e a gostar de cantar. Já sem o pai, que morreu quando ela tinha 6 anos, estudou canto seriamente e aos 21 anos debutou na Austrália, interpretando Dido, na ópera Dido e Eneias, de Purcell. Começava a carreira de uma cantora para quem todos sabiam que o céu era o limite.
Em 1960 gavou o album The Art of the Prima Donna, que se tornou lendário e é ainda hoje um dos mais recomendados álbuns já gravados. Nessa época, já era conhecida como um milagre vocal e uma grande diva.
Em 1961, em reconhecimento da fenomenal carreira (em que se incluem mais de 1800 performances, mais de 50 papeis interpretados e mais de 80 discos gravados) a Coroa Britânica condecorou Joan Sutherland como Comendadora da Ordem do Império Britânico. Em 1975 veio a ser nomeada Companheira da Ordem da Austrália; e em 1979 recebeu o título de Dama do Reino da Grã Bretanha.
Estes e diversos outros títulos são, afinal, apenas o epílogo de uma carreira de mais de 40 anos de estrondoso sucesso, com todos os recordes de vendas de discos, cantando todos os papeis importantes do repertório da ópera.

7 - Joan Sutherland (II)

Novembro/7

aniversário do nascimento de
Joan Sutherland
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aria "O Dieu! que de bijoux"
da ópera "Fausto", de Charles Gounod

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Joan Sutherland nasceu em Sydney, Austrália a 7 de Novembro de 1926.
É considerada uma das melhores cantoras do seu tempo, uma soprano que se especializou no repertório de bel canto, com uma voz encantadora, um excelente registo e uma fantástica presença em palco. Os críticos italianos chamaram-lhe “La Stupenda”. Órfã de pai quando tinha apenas seis anos, a mãe era uma mezzo-soprano aposentada, com quem Joan Sutherland diz ter aprendido bastante em casa, quando costumavam cantar juntas e ouvir gravações. Enquanto trabalhava como secretária, Sutherland começou a estudar canto seriamente por volta dos 18 anos. Curiosamente, nunca frequentou um conservatório.
Em 1951 ganha a mais importante competição de canto da Austrália e, com o dinheiro do prémio, viaja para Londres a fim de estudar na Escola de Ópera do Royal College of Music.
No dia 16 de Julho de 1952, faz a sua estreia europeia no Parry Theatre, acolhendo boas críticas, o que lhe abre as portas da célebre Royal Opera House, Covent Garden, de Londres. A partir daí, Sutherland correu mundo, interpretando uma enorme quantidade de personagens. Só o papel de Lucia, da ópera Lucia de Lamermoor, de Donizetti, foi interpretado mais de duzentas vezes, ao longo de trinta anos.
Vive actualmente na Suiça, com o seu marido, Richard Bonynge.
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6 - Tchaikovsky

Novembro/6

aniversário da morte de
Peter Ilich Tchaikovsky
(1840-1893)

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Dança dos Cossacos, da ópera Mazeppa
Orquestra Sinfónica de Cincinnati / maestro Erich Kunzel

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Piotr Ilich Tchaikovsky nasceu a 7 de Maio de 1840, na cidade de Kamsko-Votkinsk, na Rússia. O seu primeiro contacto com a música foi aos cinco anos com um velho órgão mecânico que havia em casa, onde aprendeu a tocar, ajudado pela mãe.
Em 1848 a família fixa-se em São Peterburgo, onde ele recebe as primeiras aulas teóricas musicais com vários professores particulares. Mas em 1850 os desejos da família eram que fosse advogado. Tchaikovsky foi para a Escola de Direito de São Petersburgo, que frequentou até 1859, mostrando-se um estudante muito aplicado, e antes mesmo de se formar foi empregado do Ministério da Justiça. Em 1863 decide dedicar-se inteiramente à carreira musical. Abdica da carreira jurídica e matricula-se no Conservatório de São Petersburgo, onde permanece três anos.
Em 1866 é convidado pelo director do Conservatório de Moscovo, para dar aulas de Teoria Musical e Composição. Foi professor até 1878.
Numa carta de 1876 ao seu irmão, Tchaikovsky confessa estar atormentado por tendências homossexuais desde a juventude, e que faria tudo o que fosse possível para se casar e afastar todos os rumores que o incomodavam. Em 1877 casa-se com uma aluna do Conservatório de Moscovo. Este casamento foi um suplício desde o começo. A mulher nunca se interessou pelas suas composições e projectos artísticos.
Em Junho de 1893, Tchaikovsky recebe o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Cambrigde. Em Outubro do mesmo ano a sua saúde agrava-se profundamente. No dia 6 de Novembro de 1893 morre, em São Petersburgo.

6 - John Philip Sousa

Novembro/6
Aniversário do nascimento de
John Philip de Sousa
(1854-1931)

MÚSICA

Semper FidelisStars ans Stripes Forever
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6 de Novembro. Um bom dia para lembrarmos o compositor John Philip de Sousa, que nasceu nesta data. Não era português – mas quase.
John Philip de Sousa, que nasceu em Washington a 6.Nov.1854, era filho do português António Sousa – que por sua vez tinha nascido em Sevilha, onde seus pais se refugiaram durante a Guerra Peninsular. Na árvore genealógica da família figuram nomes como Tomé de Sousa, primeiro Governador-Geral do Brasil, e Martim Afonso de Sousa, colonizador do Brasil e Governador da Índia.
Influenciado pelo pai, que era um músico virtuoso, John Philip estudou música desde os 6 anos. A primeira paixão foi o violino, mas cedo se dedicou a compor. E como compositor, já depois de ter pregado um susto à família ao pretender sair de casa para tocar na banda de uma companhia de circo, a sua predilecção ia para os instrumentos de sopro.
Tornou-se um grande nome da música americana e foi um dos músicos mais populares do seu tempo. Em 1888 compôs a marcha que foi adoptada como hino da Marinha dos Estados Unidos: Semper Fidelis.
Em 1892, John Philip de Sousa apresentou em New Jersey a sua própria banda – a Sousa Band – e o sucesso da sua música nunca mais parou de crescer. Ao mesmo tempo, escrevia manuais e obras de ficção e inventava um novo instrumento – o sousafone, uma grande tuba especial para ser tocada em marcha.
Mas foi a música que o celebrizou. Não tanto as diversas operetas que tiveram sucesso na Broadway – mas acima de tudo as marchas militares, que pela qualidade e intensidade melódica e rítmica foram adoptadas muito para além da vida militar e das fronteiras da América. Bem antes de morrer ganhou o cognome com que ficou na História: “O Rei das Marchas”
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5 - V. Horowitz

Novembro/5
aniversário da morte de
Vladimir Horowitz
(1903-1989)
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MÚSICA (4min07)
* Mazurka, Op. 17, nº 4, em Lá menor
Fryderic Chopin
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Faz hoje anos que morreu o “gigante” do piano que foi Vladimir Horowitz. Os amantes da música lembram-se de o ver (principalmente através da televisão) fazer do piano um instrumento sublime, já com os seus bonitos oitenta e muitos anos de idade. Os braços caindo à vontade, as mãos deixando repousar os pulsos baixos, os dedos parecendo elásticos saltando nas teclas do piano.
Sempre muito tranquilo, de rosto imperturbável, ninguém diria o pavor que ele sentia ao subir a um palco. Tanto, que várias vezes se retirou da carreira de concertista em público. Passava anos sem aparecer às plateias… e diz-se que algumas vezes, na hora de entrar no palco, tiveram de o empurrar. Como quase todos os espíritos geniais, era modesto e muito exigente consigo mesmo
Diziam alguns que o estilo de Horowitz era demasiado livre, que não respeitava a linha original dos compositores que interpretava. Mas Horowitz era, ao piano, simplesmente… Horowitz. O que saía das suas mãos era a sua leitura das partituras.
Com a mesma personalidade com que, para as mais diversas e difíceis obras, fez espectaculares transcrições e escreveu variações notáveis. Diz-se que as suas transcrições das Rapsódias Húngaras, de Liszt, só ele próprio foi capaz de as tocar.
E, a par das incomparáveis Variações sobre “Carmen” Horowitz fez muito mais de inesquecível e único: a marcha “The Stars and Stripes Forever”, de John Philip Sousa. E os grandes Schumann, Scriabin, Schubert. E Chopin ...
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Chopin – Polonaise “Heróica” ----------------- Schumann – Traumerei --------------------- Bizet/Horowitz -Fantasia Carmen
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4 - Felix Mendelssohn

Novembro/4

aniversário da morte de
Felix Mendelssohn
(1809-1847)
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Scherzo de "Sonho de uma noite de Verão”
Orquestra Filarmonia / Maestro-Otto Klemperer
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Jakob Ludwig Felix Mendelssohn Bartholdy nasceu em Hamburgo, a 3 de Fevereiro de 1809. Começou a compor aos nove anos. O pai era um rico banqueiro judeu, que convertido ao cristianismo, acrescentou Bartholdy ao apelido do filho. Felix cresceu em Berlim, e começou a aprender piano muito cedo. Mostrou uma incrível capacidade musical precocemente, dando o seu primeiro concerto com nove anos. Com treze publicou o primeiro trabalho como compositor. Os seus trabalhos incluem sinfonias, concertos, oratórios e música de câmara. Após um longo período de denegração devido à mudança nos gostos musicais e ao anti-semitismo, no final do séc. XIX e início do séc. XX, a sua originalidade é agora reconhecida e re-avaliada, e Mendelssohn figura entre os mais apreciados compositores de sempre.
Além das lições de música dadas pela mãe, Felix recebeu outros ensinamentos. Em 1816 o pai viajou para Paris, levando Felix consigo. Na capital francesa recebeu aulas de piano. Mas, o mais importante professor de Mendelssohn foi Karl Friedich Zelter, que o orientou a partir de 1819, dando-lhe aulas de composição e transmitindo-lhe o seu amor por Bach. Terminada a fase de formação, os anos seguintes seriam marcados por viagens e pelo seu trabalho em prol da difusão da obra de Bach. Faleceu em Leipzig, no dia 4 de Novembro de 1847.
Algumas das suas mais conhecidas obras são os dois concertos para piano, o concerto para violino e a suite “Sonho de uma Noite de Verão”, que inclui a famosa marcha nupcial e este Scherzo.

3 - Vincenzo Bellini

Novembro/3

aniversário do nascimento de
Vincenzo Bellini
(1801-1835)

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Abertura da ópera “Norma”
Orquestra La Scala de Milão /maestro Gianandrea Gavazzeni
(ao vivo no Teatro La Scala de Milão, a 13.Jan.1965)
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Vincenzo Salvatore Carmelo Francesco Bellini nasceu na Catânia, Sicília, no dia 3 de Novembro de 1801.
A maior parte da sua aprendizagem musical primária veio do pai e do avô, ambos compositores e músicos. Aprendeu a tocar piano muito cedo e, aos seis anos, já tinha escrito a primeira composição. O seu avô, ávido para exibir o talento do neto, organizou as suas primeiras apresentações em igrejas e salões aristocráticos.
Aos dezoito anos, ingressou no conservatório de Nápoles. Apesar de um começo vacilante, foi imediatamente notado e conseguiu apoio do compositor Niccolo Zingarelli, director da escola.
No conservatório, aprendeu contraponto e solfejo e estudou minuciosamente os trabalhos de Haydn, Mozart e dos mestres napolitanos. No último ano, a sua primeira ópera, Adelson e Salvini, foi apresentada em público, com um elenco de estudantes do conservatório. Depois do sucesso da ópera, foi encarregado de escrever outra ópera, que foi apresentada no Teatro San Carlo, em Nápoles.
Bellini construiu uma reputação de excelente compositor, mas era lento - enquanto a maioria dos compositores da sua época levava somente um par de meses para escrever uma ópera, ele, geralmente, limitava-se a escrever uma obra por ano.
Pouco depois de escrever I Puritani, Vincenzo Bellini adoeceu. Morreu alguns meses depois, com apenas 34 anos. Estava no auge do sucesso. Algumas das suas óperas, como Zaira, fracassaram terrivelmente, mas muitas outras tiveram um grande sucesso e continuam no repertório ainda hoje, como I Capuleti ed I Montecchi, La sonnambula, e Norma.

2 - Ditters von Dittersdorf

Novembro/2

aniversário do nascimento de
Carl Ditters von Dittersdorf
(1739-1799)

MÚSICA (4min09)

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* Rondeau, Allegretto
..
Concerto em Lá Maior, para Harpa e Orquestra
- harpista Nicanor Zabaleta

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Carl Ditters Von Dittersdorf, que nasceu em Viena a 2 de Novembro, viveu entre 1739 e 1799. Foi aluno de Ziegler e Bonno – e ficou famoso quando, ainda como jovem virtuoso, fez uma digressão pela Itália na companhia de Gluck.
Teve na sua época notoriedade e sucesso comparáveis aos dos hoje mais conhecidos Haydn e Mozart.
E foi igualmente um compositor muito produtivo.
Até que morreu em Neuhof, na República Checa, aos 60 anos, escreveu numerosas obras de grande qualidade: 35 óperas – óperas bufas italianas e singspiele alemãs – oratórios, missas, cerca de 140 sinfonias, música de câmara e incontáveis peças para piano e 22 concertos para diversos instrumentos.

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