13 - Georg F. Haendel
aniversário da estreia de
O Messias
Georg Friedrich Haendel
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O Messias, a mais emblemática oratória de Haendel, um dos grandes monumentos da música de sempre, que alguns comparam apenas à IX Sinfonia de Beethoven, é uma obra indispensável no reportório das grandes sociedades corais e apetecível por todos os coros, mesmo os mais modestos.
É comum definir a oratória como um drama musical sem cena e com um personagem típico: o narrador de uma acção imaginada. Ao contrário da oratória dramática Saul de Haendel, há pouco interpretada brilhantemente nestas bandas de Belém – na qual não havia narrador mas simplesmente personagens que dialogavam entre si – O Messias, hoje e aqui apresentado, também não tem um papel de narrador e também não é um drama.
Na realidade, entre as 32 oratórias atribuídas a G. F. Haendel, apenas 15 se chamam oratórias bíblicas e, mesmo assim, alguns musicólogos têm diferentes maneiras de as rotular, utilizando o nome de «ode», «drama coral», «cantata coral» e até «drama coral», o que, mantendo a dificuldade de classificar a obra do grande músico, permite acentuar a sua tendência para a música dramática, para além das formas em concreto.
Esta oratória não tem uma história propriamente inocente. A sua composição acontece em tempo quase record, sem outro intuito que um concerto de beneficiência. A sua estreia é apoteótica na Irlanda, mas o mesmo não sucede em Londres, onde terá que esperar algum tempo para poder ser conhecida pelo seu nome: no ambiente sacro de uma igreja, será aceite anualmente, em vida do compositor, mas por fins humanitários. É praticamente após a morte do compositor que a oratória se populariza, ganhando adeptos e convertendo-se em motivo de grandes festas corais, sobretudo na Inglaterra.
Composta em 24 dias, e terminada a 14 de Setembro de 1741, num trabalho acelerado que já era normal no compositor saxónico e que nada tem a ver com a ideia mistificada, segundo a qual uma espécie de êxtase o tivesse colhido – Haendel terá declarado no termo da obra: «Acredito verdadeiramente ter visto o céu aberto e o próprio Deus diante de mim» - O Messias foi motivado pelo convite do Duque de Devonshire para escrever uma obra para um concerto de beneficiência a favor dos presos e dos pobres de Dublin.
A obra foi estreada em 13 de Abril de 1742 no Music Hall de Dublin com um êxito enorme: «A mais perfeita obra de música […]. O sublime, o grandioso e comovente deram-se as mãos para arrebatar o coração e o ouvido…» (Dublin Journal, 17.04.1742). A sua apresentação em Londres fez-se com muita cautela, não se falando do título de Messias para que o público, avesso à execução de textos bíblicos em ambiente de concerto, não se escandalizasse. Só em 1749 é que foi anunciado o título desta oratória. Em 1750 foi interpretada, para fins de beneficiência, na igreja do Foundling’s Hospital de Londres. Era a primeira vez que uma oratória haendeliana se executava em ambiente sacro e foi a única a fazer-se neste ambiente em vida do compositor. A verdade é que, durante a sua existência, se repetiu todos os anos na mesma igreja e com o mesmo fim. A tradição diz que, ao ouvir-se o coro Aleluia, na estreia londrina da oratória, todo o público se levantou, juntamente com o rei. Conta-se também que, após uma execução da obra no Foundling’s Hospital, Haendel teria afirmado: «Lamentaria ter de entreter apenas os meus ouvintes: eu gostaria de os fazer melhores.»
É comum definir a oratória como um drama musical sem cena e com um personagem típico: o narrador de uma acção imaginada. Ao contrário da oratória dramática Saul de Haendel, há pouco interpretada brilhantemente nestas bandas de Belém – na qual não havia narrador mas simplesmente personagens que dialogavam entre si – O Messias, hoje e aqui apresentado, também não tem um papel de narrador e também não é um drama.
Na realidade, entre as 32 oratórias atribuídas a G. F. Haendel, apenas 15 se chamam oratórias bíblicas e, mesmo assim, alguns musicólogos têm diferentes maneiras de as rotular, utilizando o nome de «ode», «drama coral», «cantata coral» e até «drama coral», o que, mantendo a dificuldade de classificar a obra do grande músico, permite acentuar a sua tendência para a música dramática, para além das formas em concreto.
Esta oratória não tem uma história propriamente inocente. A sua composição acontece em tempo quase record, sem outro intuito que um concerto de beneficiência. A sua estreia é apoteótica na Irlanda, mas o mesmo não sucede em Londres, onde terá que esperar algum tempo para poder ser conhecida pelo seu nome: no ambiente sacro de uma igreja, será aceite anualmente, em vida do compositor, mas por fins humanitários. É praticamente após a morte do compositor que a oratória se populariza, ganhando adeptos e convertendo-se em motivo de grandes festas corais, sobretudo na Inglaterra.
Composta em 24 dias, e terminada a 14 de Setembro de 1741, num trabalho acelerado que já era normal no compositor saxónico e que nada tem a ver com a ideia mistificada, segundo a qual uma espécie de êxtase o tivesse colhido – Haendel terá declarado no termo da obra: «Acredito verdadeiramente ter visto o céu aberto e o próprio Deus diante de mim» - O Messias foi motivado pelo convite do Duque de Devonshire para escrever uma obra para um concerto de beneficiência a favor dos presos e dos pobres de Dublin.
A obra foi estreada em 13 de Abril de 1742 no Music Hall de Dublin com um êxito enorme: «A mais perfeita obra de música […]. O sublime, o grandioso e comovente deram-se as mãos para arrebatar o coração e o ouvido…» (Dublin Journal, 17.04.1742). A sua apresentação em Londres fez-se com muita cautela, não se falando do título de Messias para que o público, avesso à execução de textos bíblicos em ambiente de concerto, não se escandalizasse. Só em 1749 é que foi anunciado o título desta oratória. Em 1750 foi interpretada, para fins de beneficiência, na igreja do Foundling’s Hospital de Londres. Era a primeira vez que uma oratória haendeliana se executava em ambiente sacro e foi a única a fazer-se neste ambiente em vida do compositor. A verdade é que, durante a sua existência, se repetiu todos os anos na mesma igreja e com o mesmo fim. A tradição diz que, ao ouvir-se o coro Aleluia, na estreia londrina da oratória, todo o público se levantou, juntamente com o rei. Conta-se também que, após uma execução da obra no Foundling’s Hospital, Haendel teria afirmado: «Lamentaria ter de entreter apenas os meus ouvintes: eu gostaria de os fazer melhores.»